domingo, 28 de abril de 2013

É ciência

Às vezes ouço dizer que o mundo está acabando. Parece que está, quando a gente vê pessoas morrendo de fome, terremotos, furacões, guerras, doenças incuráveis e atentados à vida humana.
Só que também tem aquilo que a gente não presta atenção: crianças que nascem, trabalho em equipe para recuperar as catástrofes naturais, novas curas para doenças e gente que passa devagar com o carro nas poças de água para não molhar os pedestres.
O mundo precisa ser equilibrado. Para novas vacinas, precisam existir novas doenças; para as construções, precisam existir terremotos; para a vida, a morte; para as dificuldades, sorrisos.
Para cada erro, existe um novo acerto, e a resposta desse acerto será sempre um novo erro. E assim, sucessivamente. A Terra chacoalha (mesmo que a gente não sinta) porque, assim, tudo volta pro seu devido lugar. Tudo o que deve voltar, volta. É ciência.

sábado, 27 de abril de 2013

O fim que estava no meio

Todas as histórias bonitas que conhecemos têm a mesma estrutura: um começo em que tudo é perfeito, um meio que ameaça a felicidade dos personagens e um fim onde as virtudes vencem os pecados e a força que vem do coração é bem maior do que qualquer mal que possa existir.
Essa é a história de uma história cujo fim estava no meio.
Como todo começo de história, esse também foi uma doçura. Ele estava repleto de sinos em colinas, pássaros no céu, música e lindas rosas.
Porém, quando a felicidade dos personagens foi ameaçada e o mal se mostrou presente na vida, a doçura se foi e as linhas já escritas da história se tornaram insossas.
Os sinos nas colinas pararam de tocar, os pássaros no céu tiveram as asas cortadas, a música silenciou e as rosas murcharam.
Mas eles nunca voltaram ao normal. A história parou de ser escrita e a alegria se transformou em uma amarga sobrevida.
Essa é a história de uma história cujo triste e trágico fim estava no meio.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Escuridão prolongada

Havia o dia, e então, não houve mais. De repente, parou de amanhecer. Cinco, seis, sete da manhã.. E a lua no céu, no mundo todo, a noite toda. A semana toda. O mês todo.
As plantações morreram, as pessoas não conseguiam ficar acordadas, o frio tomou conta da vida. A pecuária declinou. As pessoas tinham medo de sair na rua. Certo dia, como as luzes da rua ficavam acesas sempre, a energia acabou.
O mundo todo recorreu à religião; é o que todos fazem quando todo o resto está perdido. Todas as noites, ouvia-se sussurros de 7 bilhões de pessoas pedindo que, por favor, o dia amanhecesse de novo.
No dia em que finalmente amanheceu, todas as pessoas estavam assistindo e chorando de emoção. Foi como renascer. Desde então, todos os dias, 7 bilhões de pessoas agradecem todos os dias pela luz e o calor da vida e aproveitam tanto a claridade quanto aprendem com a escuridão.