Era uma vez uma porta no meio do nada, que não estava apoiada em parede alguma. Ninguém sabia quanto tempo fazia que ela estava ali e nem como lá chegara: desde que o mundo era mundo, aquela porta estava calmamente equilibrada sobre sua fina madeira e resistente a todo tipo de catástrofe natural como se fosse protegida por material invisível. Ao encostar na maçaneta e puxar a porta para ver aonde ela levava, cada pessoa via uma coisa diferente. Os boatos contavam que seriam universos paralelos, ou alucinações de quem tocasse a porta, espíritos, magia negra, ilusão ótica, buracos de minhoca (para os fãs de Stephen Hawking).Os anos se passaram e as imagens que as mesmas pessoas tinham de dentro da porta foram mudando. Cada um via uma coisa diferente.
O segredo era que cada um via um universo onde todas as pessoas se comportavam como o observador.
Todo tipo de inferno já foi visto por através daquela porta. Também todo tipo de paraíso. Essas afirmações se tornam verdadeiras a partir do momento em que se considera o inferno e o paraíso subordinados aos conceitos de cada um.
O que você gostaria de ver se puxasse a maçaneta?
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