quinta-feira, 16 de julho de 2015

Dentro da porta

Era uma vez uma porta no meio do nada, que não estava apoiada em parede alguma. Ninguém sabia quanto tempo fazia que ela estava ali e nem como lá chegara: desde que o mundo era mundo, aquela porta estava calmamente equilibrada sobre sua fina madeira e resistente a todo tipo de catástrofe natural como se fosse protegida por material invisível. Ao encostar na maçaneta e puxar a porta para ver aonde ela levava, cada pessoa via uma coisa diferente. Os boatos contavam que seriam universos paralelos, ou alucinações de quem tocasse a porta, espíritos, magia negra, ilusão ótica, buracos de minhoca (para os fãs de Stephen Hawking).
Os anos se passaram e as imagens que as mesmas pessoas tinham de dentro da porta foram mudando. Cada um via uma coisa diferente.
O segredo era que cada um via um universo onde todas as pessoas se comportavam como o observador. 
Todo tipo de inferno já foi visto por através daquela porta. Também todo tipo de paraíso. Essas afirmações se tornam verdadeiras a partir do momento em que se considera o inferno e o paraíso subordinados aos conceitos de cada um.
O que você gostaria de ver se puxasse a maçaneta?

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