quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Significados

Há muito se fala em paixão como um momento inicial que pode levar ao amor. Que o amor, mesmo na falta de paixão, mantém os casais juntos.
Por não gostar de acreditar que possa haver amor sem paixão, nem que uma paixão possa começar se não houver algum tipo de amor, hoje trago uma nova teoria.
A teoria da inquietude e da constância.
A inquietude seria o momento inicial, as famosas borboletas no estômago, o coração acelerado, toda aquela ciência relatando a atuação do sistema nervoso simpático, da liberação de endorfinas. 
A constância... Amigues, a constância... Essa é na verdade um sinônimo do amor (com os meus olhos de hoje, que talvez estejam terrivelmente enganados, mas no momento enxergam isso como verdade absoluta). Não pode haver amor sem constância. Constantemente, querer a companhia, o cheiro, as palavras e a liberdade de analisar desde o formato das unhas do pé até os movimentos dos músculos dentro da pele de alguém. 
Constantemente, querer cancelar todos os compromissos quando alguém pede companhia. Constantemente, trocar toda a vida lá fora por mais 15 minutos dentro do abraço de alguém... Constantemente se perguntar o porquê de não podermos congelar o tempo em qualquer momento em que estejamos com alguém.
A constância e o amor, amigues, acredito, vivem uma condição sine que non recíproca.
Muito se tenta explicar sobre o amor. Mas minha visão, com simplicidade, com olhos de quem muito recentemente o descobriu escondido em um turbilhão de coisas que eu acreditava que o eram, mas que na verdade o mascaravam, é pequena. Minha visão não é sobre fogo que arde sem se ver, nem de livro, sorte, pensamento ou teorema. Minha visão é que o amor é constante. 
Assim como se define qualquer coisa, acredito que no dicionário essa definição deveria constar, e que isso seria suficiente para fazer-se entender.

Amor /ô/ substantivo masculino
1. Constante

Biologia de você

Tudo na sua vida vai ser sobre você.
As suas papilas gustativas têm uma percepção diferente de todas as outras do planeta. Assim como seus olhos, seu nariz e cada receptor da sua pele. 
A sua mente se organiza diferente de todas as outras do planeta.
Mesmo quando parecer que você entende alguém - e você entenderá se estiverem falando o mesmo idioma -, você nunca vai compreender exatamente o que aquela pessoa quis dizer. E o mesmo vale para você.
As discussões por pontos de vista não vão nunca chegar a uma resposta certa, porque a cor é uma característica da luz e não do corpo; a luz, por sua vez, depende dos olhos de quem vê. É física. 
Tudo na sua vida vai girar em torno de você. A sua percepção sobre os seus pais, sobre os seus filhos, sobre todas as pessoas que um dia cruzaram seu caminho torna impossível que você conheça alguém por completo em todo o decorrer da sua vida. Você é incapaz de olhar para os outros sem a lente dos seus olhos. A lente do seu eu. 
Ainda assim, como Voltaire, não concordar com o outro não te impede de defender o direito do outro de emitir a opinião. E as suas lentes em nada interferem no seu altruísmo, na sua solidariedade. As suas lentes, suas papilas gustativas, seu nariz, seus receptores, nada disso se sobrepõe à sua capacidade de percepção da única coisa em que você é igual a todas as pessoas do planeta, a sua humanidade.
A sua boca tem a mesma origem embrionária da pessoa ao seu lado e carrega os mesmos genes independente de que informações esses genes trazem.
E isso é verdade para o seu corpo todo.
Incluindo o seu cérebro.
O que você vai fazer com a sua mente?