terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Miados





Estou sozinha em casa e já são quase 22h. Quer dizer, estaria sozinha, se não fosse pelo felino que todos sabem que me acompanha desde 2002, Van Gogh, e esse post é sobre isso: ele esteve aqui do meu lado o tempo todo desde a hora em que meus pais saíram, às 18h.
Não só desde as 18h, ele esteve do meu lado todos os dias desde 2002. Todas as manhãs, nós nos sentamos na varanda para tomar café da manhã. Às vezes, dormimos juntos, à tarde, e, quando dou banho nele, bem.. Ele faz o mesmo comigo.
As pessoas têm essa ideia de que gatos roubam comida e são sujos e agressivos com as pessoas, e muitos dos meus amigos tinham aversão a gatos, até conhecer o meu. Quem não gosta de gatos, certamente nunca teve um, é o que sempre digo. E ter um gato não quer dizer saber que um gato de rua revira seu lixo todas as noites, e sim ter um em casa, como o seu animal de estimação.
Ficamos no quarto a tarde toda. Eu estudei enquanto ele dormia do meu lado, e, quando levantei para lavar a louça, ele estava sentado perto de mim. Não acho, então, que o melhor amigo do homem seja necessariamente o cachorro. Pode ser um gato, passarinho, camaleão, qualquer animal com o qual o homem consiga interagir. Só queria deixar aqui, eternizado, o quanto sou grata pelo meu melhor amigo felino e pelos seus miados estridentes de bom dia.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Desafio dos 50 Dias

Dia 41: A foto de um carro que gostaria de ter

Renault Twizy! Fofíssimo, ecológico e fácil de estacionar.


sábado, 25 de fevereiro de 2012

Desafio dos 50 Dias

Dia 40: Uma foto de alguma celebridade que você escolheria como futuro marido/esposa

Tem muitas, mas, bem.. *suspiros*


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O Dono da Lua - Parte I


Há muito, muito tempo atrás, em uma noite de lua cheia, viu-se um brilho fora do comum. E no meio da selva, em um amontoado de gramíneas, apareceu um bebê. Era um menino. À primeira vista, pensava-se que ele era careca, mas, na verdade, tinha cabelos claros demais para enxergar de longe. Seus olhos eram cinza-prateados, da cor da lua. Foi encontrado por um casal que o chamou de Luca e criou-o como se fosse seu próprio filho, apesar de não serem nem um pouco semelhantes.
Os olhos de Luca acompanhavam as fases da lua, ficando mais escuros quanto menos ela aparecesse no céu. Nas noites de lua cheia, ele era dono de duas esferas prateadas cintilantes. Nunca se viu olhos como os dele, nem cabelos, e nem entendeu-se o porquê de ele falar latim fluente antes mesmo de aprender a língua que os pais adotivos lhe ensinaram.
Ele ficava ainda mais claro quando pegava sol. Parecia ficar bronzeado quando tomava banhos de lua. O mais curioso era que, quando visitava o local aonde os pais diziam tê-lo encontrado, seu coração batia muito forte e seu corpo enchia-se do que pareciam ser letras prateadas com dizeres em latim, aparentemente ensinando-lhe a controlar as marés.

Desafio dos 50 Dias

Dia 37: Uma foto de algo que tenha dificuldade em fazer

Me concentrar!




terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Desafio dos 50 Dias

Dia 35: Alguma habilidade, representada em foto

Domínio das palavras.


Ritual Quase Fúnebre

Estava tão deprimida ao acordar naquele dia cinza. Andou o dia inteiro, incessantemente, pelo apartamento de trinta metros quadrados. Não comeu nada, nem um grãozinho de arroz. Não atendeu nenhum dos telefonemas, seja lá de quem fossem. Não abriu a porta quando bateram. Não falou uma única palavra.
Às sete horas da noite, o pôr-do-sol iluminava em alaranjado a grande banheira branca, que ela deixou cheia de água fumegando. Estava com frio. Perfumou o cômodo com sua colônia preferida, de rosas, e jogou algumas pétalas na banheira.
Foi ao quarto e trouxe um secador de cabelos preto, grande e pesado. Ligou-o na tomada e deixou-o em cima da pia. Soltou o laço vermelho do fino robe de algodão branco com o qual passara o dia e ele caiu no chão do banheiro. Respirou fundo.
Não sei se existe um Deus, mas se existir, com certeza, foi Ele quem provocou o apagão na cidade inteira no exato momento em que ela puxou o secador de cabelos, ligado, para dentro da banheira, interferindo seu ritual quase fúnebre.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Dominó

Estou sentada em um sofá, na frente de um notebook, digitando este texto. E se, há uma dezena e meia de anos atrás, meus pais não tivessem se conhecido, não estaria. Não estaria em lugar nenhum. E se, há três dezenas e meia de anos atrás, minha avó não tivesse dado a luz à minha mãe, ela também não estaria aqui. Muito menos eu. Em quantas cidades meu pai já morou? Quantas namoradas teve? Quantas mulheres ele conheceu? Ou quantas poderia ter conhecido? Ele é gaúcho, minha mãe, carioca, e se encontraram em Roraima. Acho engraçado observar todas essas coincidências que causaram o efeito dominó que me trouxe até aqui, e como o dominó seria totalmente diferente se um desses passos não tivesse sido dado. Isso me faz pensar que, talvez, em algum lugar, exista uma espécie de roteiro, e uma espécie de diretor, coordenando todos os nossos passos para que o dominó não seja derrubado e para que tudo saia dentro dos conformes.

Desafio dos 50 Dias

Dia 33: A foto de algo/alguém que fez valer seu ano passado

Eu dizia tanto que não gostava deles, mas, no fundo, amava. Ainda amo.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Meu Mundo

Resolvi morar dentro de uma saboneteira. Empacotei um grão de feijão, caso sentisse fome, e forrei o plástico com um lenço de bolso. Lá, nada poderia me incomodar, afinal, saboneteiras têm tampas. Não haveria insetos, nem som de obras, nem impostos a pagar. Afinal, quanto se paga por um imóvel que custou 5 reais? Jamais me incomodaria com vagas para estacionar o carro e muito menos com mau-cheiro do esgoto. Saboneteiras são alguns dos objetos mais cheirosos que conheço. Não ia precisar de faxineira, afinal, minha casa agora media 8 centímetros. O novo carro era muito pequeno e fácil de estacionar. Não era um Mitsubishi, nem um Fiat, nem um Renault: era um Hot Wheels. Assim, pequeno, azul, rápido como uma bala e muitíssimo econômico. Diminuí a escala do meu mundo para que ele ficasse um pouco maior.

Desafio dos 50 Dias

Dia 30: Uma foto que fale muito sobre você


Desafio dos 50 Dias

Dia 29: Uma figura que represente um hobby


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Morte

Estava sentada em um dos cantos do banheiro minúsculo e sujo de um hotel ruim em uma cidade que não aparecia no mapa e cujo único hospital encontrava-se fechado, desidratada e desorientada. Minha mãe estava na minha frente, chorando e me pedindo para continuar acordada. Pedi desculpas.
Fechei os olhos. Ainda a ouvi gritar meu nome, mas não consegui voltar. Estava indo embora. Houve luzes, som. E eu não sentia mais nada, não tinha mais dor e nem desconforto, estava curada de todos os males mundanos. Alguém cantava uma música de um filme que eu gostava muito e eu fazia parte da cena. Sentei-me em uma mesa com meus amigos da escola, meu namorado e meus atores preferidos e conversamos como se não nos víssemos há muito tempo. Era uma ótima sensação.
Acordei em cima de uma cama com meu pai tentando me fazer voltar a respirar e minha mãe em prantos.
Eu acabara de voltar da morte.


História real.

Desafio dos 50 Dias

Dia 25: Uma foto de quem te faça rir

Prirmã!


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Desafio dos 50 Dias

Dia 24: A figura que represente algum presente que você gostaria de ganhar

Algum dia mando fazer um vestido desses.


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Felicidade

Eu o via rapidamente a cada duas horas e meia, em média, mas especialmente naquele dia, ficaríamos quase uma hora juntos. Às vezes eu tinha essa sorte. Trocávamos poucas palavras, por serem elas tão dispensáveis. Estávamos sentados, um ao lado do outro, em silêncio, em meio a dezenas de outras pessoas, assistindo uma adulta falar sobre qualquer coisa à qual não prestávamos atenção. Às vezes nos olhávamos, mas eu sempre o observava. Estendi minha mão e a coloquei sobre a perna esquerda dele. Senti a mão gelada dele vir, rapidamente, ao encontro da minha, e me afagar. Sorrindo, transbordei felicidade.

Desafio dos 50 Dias

Dia 22: A foto de quem você quer passar a vida inteira junto

Tomara que eu sempre escute a mim mesma.


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Desafio dos 50 Dias

Dia 20: Uma foto que represente um arrependimento

Sempre fui muito acomodada, desinteressada, relaxada, e acabei perdendo algumas boas oportunidades com isso.


domingo, 5 de fevereiro de 2012

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Uma Pequena Viagem

Aconteceu quando eu tinha 8 anos. Estava na escola e fui abrir minha mochila, que era enorme, quase do meu tamanho, com rodas vermelhas, quando minhas mãos ficaram cheias de purpurina assim que toquei o zíper. "Mas nem tem purpurina em casa", pensei. Despreocupada, como sempre fui, só percebi que estava encrencada quando fui puxada para dentro da mochila e descobri nela um universo paralelo. É, isso saía um pouco do comum. Fui recebida por um centauro enorme, que me deu um abraço e me levou para passear, enquanto me contava da vida em seu mundo. Almoçamos com um fauno e depois eu cavalguei num unicórnio. Joguei Uno com a Medusa e pratiquei meu nado borboleta com uma sereia. Depois, voei num grifo, fiz carinho na cabeça de um lobisomem e presenciei a morte e o renascimento de uma fênix. Quando o dia acabou, um dragão acendeu uma lareira para mim. Jantamos, acompanhados de ninfas, e, quando constataram que estava muito tarde para uma criança de 8 anos, meu amigo centauro me trouxe de volta ao universo de fora da minha mochila; então, finalmente, peguei o caderno para copiar a tarefa do dia.

Desafio dos 50 dias

Dia 16: Uma foto de quem te ensinou muitos valores

Irmãe.


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Desafio dos 50 dias

Dia 15: A foto de um irmão/irmã de alma

Igor!




O Peregrino de Almas

Era um enorme mistério: pessoas que levavam vidas tristes e medíocres, de repente, viravam pessoas felizes e de bem com a vida. Gargalhavam o dia inteiro, ficavam sempre de bom humor, prestativas, e nunca mais apresentavam sinais de tristeza novamente. Os médicos achavam que tratava-se de uma condição mental, os espíritas diziam que eram espíritos bons que os curavam da tristeza e os cientistas pesquisavam freneticamente uma explicação no corpo humano. O mais curioso era o fato de que isso só acontecia com uma pessoa por vez, e, aos poucos, a tristeza do mundo foi acabando.
Descobriu-se o Peregrino de Almas. Ele era um disco prateado que habitava as íris dos olhos dessas pessoas, e nenhum profissional nunca encontrou qualquer indício biológico de que ele estivera lá. O "doente" acordava um dia com o disco nos olhos, e melhorava aos poucos. Quinze dias depois, o disco ia embora. Essa história permaneceu sem explicação durante todos os anos durante os quais o Peregrino de Almas atuou.
Se ele ainda atua, o que era, o que mudava nas pessoas, ninguém sabe. Nem se sabe, na verdade, se ele existiu; nossas mentes nos pregam tantas peças..