Estava sentada em um dos cantos do banheiro minúsculo e sujo de um hotel ruim em uma cidade que não aparecia no mapa e cujo único hospital encontrava-se fechado, desidratada e desorientada. Minha mãe estava na minha frente, chorando e me pedindo para continuar acordada. Pedi desculpas.
Fechei os olhos. Ainda a ouvi gritar meu nome, mas não consegui voltar. Estava indo embora. Houve luzes, som. E eu não sentia mais nada, não tinha mais dor e nem desconforto, estava curada de todos os males mundanos. Alguém cantava uma música de um filme que eu gostava muito e eu fazia parte da cena. Sentei-me em uma mesa com meus amigos da escola, meu namorado e meus atores preferidos e conversamos como se não nos víssemos há muito tempo. Era uma ótima sensação.
Acordei em cima de uma cama com meu pai tentando me fazer voltar a respirar e minha mãe em prantos.
Eu acabara de voltar da morte.
História real.
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