sábado, 21 de abril de 2012

Sábados

Quando a chuva bate forte na janela, quando meus pés ficam gelados, quando o travesseiro não me abraça de volta. Quando acordo de manhã, quando chego na escola, quando volto para casa. Quando estou no trânsito. Quando sinto cheiro de tinta fresca. Quando alguém me fala de futuro. Quando passo o dia inteiro me arrumando e experimento um milhão e meio de roupas (previamente escolhidas) antes de sairmos e digo que, ah, tomei um banho rápido e vesti qualquer coisa. Quando ensaio conversas. Qualquer minuto que eu passe sozinha. Quando as flores desabrocham, quando as manhãs são de sol, quando o vento faz os cabelos voarem. Quando quase reclamo da vida. Quando estou na internet e ninguém está cantando para mim. Nos sábados à noite, nos sábados de manhã, nos sábados à tarde, bem como em todos os outros dias, e em todas as outras horas, eu me lembro de você.

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