sábado, 15 de dezembro de 2012

Mundar o Mundo - parte III


Um adolescente enraivecido e rebelde, que queimou todos os seus livros, comprou, um dia, tinta colorida em spray. "Livros não mudam o mundo!", ele escrevia nas paredes. "LIVROS NÃO MUDAM O MUNDO!", ele gritava para que todos escutassem. Tantas vezes ele o fez, que acabou acreditando na própria pregação. Assistia filmes dublados para não ter que ler legendas e dispensou a faculdade para tocar numa bandinha de alguma coisa alternativa chamada Mundanos Imundos.
Um dia, andando pela rua, o protagonista dessa história foi parado por um executivo. Ele era negro, alto e forte o suficiente para ser boxeador. "Dei um soco em você uma vez", o homem falou.
Os dois partilharam a história, da parede na frente do banco, de uma gangue pichando sobre livros nas paredes de São Paulo. "Livros não mudam o mundo", era o que o protagonista se lembrava.
"Uma pena que a frase estivesse incompleta", lamentou-se o executivo.

Um comentário:

  1. O conto ficou muito "redação de escola", superficial, um pouco longe da realidade, personagens estereotipados. Se queria transmitir a mensagem de que "os livros mudam o mundo" deveria mostrar como estes o fizeram - como o tal "negro, de porte físico atlético" deixou de lado sua aversão aos livros? Não revela como as transformações das personagens ocorrem, por isso o conto fica um tanto superficial. Subentende-se que a razão da rebeldia e o descaso com os livros de alguém que era voltado a reverter os problemas do mundo e que possuia um postura íntegra foi consequência de um simples soco - aí tá o distanciamento com a realidade (passagem que mostra a ingenuidade da autora).

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