Um homem qualquer, um dia, acordou com vontade de colocar um gato dentro de uma caixa. Dentro dessa caixa, havia um contador Geiger com substância radioativa, que, dependendo das circunstâncias, liberaria uma descarga, que soltaria um martelo, que estilhaçaria um pequeno frasco de ácido cianídrico. Dependendo das circunstâncias novamente, o gato estaria morto. Ou vivo. Ou os dois, simultaneamente.
Este homem, então, criou um termo chamado entrelaçamento. Todas as circunstâncias dependem uma da outra e todos os acontecimentos resultam da combinação de todas as circunstâncias: tudo está entrelaçado. Ele escreveu, sobre isso, que uma incerteza antes somente relacionada a um felino dentro de uma caixa poderia se transformar em uma indeterminação macroscópica, e o único jeito de descobrir o que acontecera era abrir a caixa.
O contador seria acionado, ou não. O martelo bateria ou não no frasco e o frasco se quebraria, ou não. O gato morreria ou continuaria vivo. E abrir a caixa alteraria a possibilidade de vida do gato. E se não se pode identificar o estado de um corpo, diz-se que ele está em todos os estados, já que seria impossível que ele não estivesse em estado nenhum, uma vez que está dentro da caixa e não pode ter desaparecido magicamente.
Uma indeterminação macroscópica. Qualquer indeterminação. Qualquer incerteza pode ser relacionada a este gato. As coisas acontecem, ou não. Elas têm consequências, ou não. Arca-se com as consequências, ou não. E o único jeito de saber é fazer as coisas. E, bem, se o gato estiver morto, basta enterrá-lo, não é mesmo?
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