No Brasil inteiro, é comum amarrar no pulso ou no calcanhar uma fita fininha do Senhor do Bonfim da Bahia e dar três nós, que correspondem a três pedidos. Segundo a sabedoria popular, a fita se arrebenta quando os pedidos se realizarem. Essa história é sobre o poder das crenças.
Era uma vez um casal que se separou jovem, depois de muito lutar pelo relacionamento, por força do destino que os impedia de ficar juntos. Ao ficar sem recursos para trazê-lo de volta, a garota amarrou no pulso uma dessas fitas e desejou três coisas que o trouxessem de volta no futuro. Era a última tentativa.
Eles não mais se viram, não se falaram, não souberam o paradeiro um do outro. Quinze anos se passaram e a fita vermelha ficou suja e puída, mas não se partiu. A garota nunca esqueceu dos pedidos que fez e nem do ex namorado, e não cortou a fita porque a esperança é a última que morre.
Um dia, ela saiu, à noite, e quando chegou em casa a fita tinha caído. Apesar disso, ela continuou determinada a ir atrás dele de qualquer jeito que pudesse. Acreditava que querer significava poder.
No dia seguinte, ela viajou de férias. Ao chegar no aeroporto da cidade aonde ia ficar, encontrou o ex namorado. Eles se abraçaram profundamente, e toda a saudade do mundo já não era mais nada comparada à força do sentimento que os unia.
Dois anos depois, no dia do casamento dos dois, ela pôs o noivo a par da história da fita. O primeiro nó foi o desejo de reencontrá-lo. O segundo, na intenção de que os dois revivessem o antigo amor. O terceiro foi a vontade de viver feliz para sempre, com ele.
A fita foi encontrada no jardim da casa dela e guardada por sua mãe, e, hoje, está emoldurada e pendurada no quarto do quinto filho deles.
Essa é uma história sobre o poder das crenças.
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