domingo, 25 de março de 2012

Poema

Andando na rua, conheci um poema. Ele era muito organizado e estava sempre em forma. Falava em rimas e me fazia refletir. Tornamo-nos bons amigos e ele me apresentou para muitos outros poemas. Alguns eram tão organizados que pareciam ter algum tipo de TOC, e outros, nem tanto. Havia os gagos, os cultos, os antigos, os bem novinhos, alguns inacabados e outros enormes. Moravam todos juntos, em um livro, que os humanos chamavam de "coletânea", mas que eles chamavam de "república". Depois que conheci todos os poemas daquela república, eles me apresentaram aos amigos estrangeiros. Conheci franceses, holandeses, alemães, neozelandeses, mexicanos. Eles se gabavam: "fui escrito por Shakespeare", "fui escrito por Camões", "sou de Lorenzo de Médici". Às vezes, enquanto conversava com algum deles, eu me cansava e dormia em seu colo. Viajávamos juntos, frequentemente; eles me mostravam coisas, pessoas e lugares incríveis, e depois, me deixavam de volta na república. Vagarosamente, eu voltava à realidade.
Andando na rua, conheci uma canção..

Nenhum comentário:

Postar um comentário