sábado, 30 de junho de 2012

Dona Silvana




Eu não gosto do Luciano Huck, de jeito nenhum. Mas hoje, assisti ao quadro "Lar, Doce Lar" do programa dele, que estava em visita à família Rodrigues. E isso me fez repensar toda a vida que levo.
Dona Silvana, a matriarca, chorou quando viu o apresentador. As filhas também. Até aí, normal. Mas ele deu uma olhada pela casa e encontrou metas a cumprir, por exemplo "ser mais educada, mais pontual" ou "transformar meu carrinho de açaí num quiosque", e eu, sentada, no bem-bom, reclamando da vida. Dona Silvana contou que perdeu a mãe e foi abandonada pelo marido, catava papelão na rua, e, para se alimentar, pegava as frutas que sobravam no final da feira ("Tenho muita sorte de morar em um país onde sobra muita comida.."). Hoje, a situação melhorou, mas ela cria duas filhas com 300 reais por mês. E as duas vão à escola, uma toca violino, e a outra, violoncelo, e têm noções básicas de inglês. Dona Silvana não tem dinheiro para tratamento dentário, mas tem duas filhas que têm noções básicas de inglês.
Luciano Huck pode ser o que for, mas ele transformou a vida dessas mulheres. Ele reformou a casa onde elas viviam, forneceu tratamentos dentários e oftalmológicos para as três, e agora, elas vivem com um pouco mais de dignidade.
Prometo a quem estiver lendo, e a mim mesma, que vou ajudar as pessoas que são como a família Rodrigues, ou piores. Não mereço o que tenho, e elas não têm o que merecem. Dona Silvana é o tipo de pessoa da qual o Brasil devia se orgulhar.

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