Acho que, ao chegarmos em certo ponto da vida, temos a tal da Síndrome de Peter Pan. Não querer crescer.
Eu, particularmente, tive isso no começo desse ano, de olhar pra mim mesma e dizer "caramba, eu cresci rápido demais!"; as brincadeiras de Barbie com as amigas deram lugar a tardes em que nem eu mesma sei o que faço acompanhada delas. Aliás, sei, sim: comer brigadeiro, tirar fotos, fofocar, ir à piscina, comer mais brigadeiro, fofocar mais. Achei que quando crescesse, eu seria muito mais cheia de ocupações e tal, mas virei uma adolescente displicente e desocupada. E aí eu queria que as aulas voltassem logo pra ver meus amigos e não pra estudar. A animação que eu tinha de comprar material escolar acabou, não passo mais horas batendo boca com a minha mãe pra levar os cadernos do He-Man. Isso deu lugar a uma pessoa que entra em qualquer loja e compra coisas básicas e sóbrias para não enjoar dos desenhos da capa do caderno, do design da borracha ou da cor da lapiseira.
Acho que, ao chegarmos em certo ponto da vida, nos tornamos indecisão e receio. Em relação à escolha de profissão, a querer tomar as rédeas da própria vida, a ter vontade de se livrar dos pais e conquistar independência, mas não querer nunca ir pra longe deles. Me tornei susto ao ver que meu ensino médio praticamente acabou e que, daqui a dois anos (que passarão em um piscar de olhos), eu estarei ingressando na vida adulta. E o que tem guardado pra mim lá na frente?
Eu sempre quis ir fazer o terceiro ano em uma daquelas escolas super-conceituadas de São Paulo, mas, querendo ou não, criei raízes aqui. Roraima nunca vai me trazer tudo o que quero, mas já trouxe metade disso. Ou não. Acabei de encontrar um nó na minha linha de pensamento, e estou divagando, porque não vou conseguir restabelecer ela. Eu estava ficando maluca pensando nisso, até que percebi que não há basicamente nada que eu possa fazer, então lavo minhas mãos em relação ao meu futuro. O que for pra ser, será, e eu estou de olhos fechados e torcendo para que a minha vontade coincida com o que estão guardando para mim.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Olhos Azuis
Há muito, muito tempo atrás, em uma província chinesa onde a agricultura de subsistência reinava, houve um casal que teve um bebê dono de exuberantes olhos azuis. Como isso era muito raro entre os asiáticos, eles levaram a criança a um médico, que ficou alarmado com a improbabilidade do acontecimento, mas disse que era normal entre os ocidentais e que, provavelmente, à medida que o menino crescesse, seus olhos escureceriam e seriam castanhos como os de todas as outras pessoas que os cercavam. Os anos se passaram, até que ele completou oito anos e, um dia, um de seus colegas de escola contou ao professor que o garoto podia enxergar no escuro, como um gato.
O professor convidou o aluno para um jogo ao ar livre à noite, e lá, apostaram que ele pegaria o professor sem uma lanterna, na total escuridão; não houve problemas para que a criança ganhasse a aposta. Quando foi a vez do professor e ele apontou a lanterna para os olhos do menino, eles se acenderam como dois faróis brilhantes. Como olhos de gato, como estrelas.
Houve investigações profundas em relação ao assunto, nunca chegando a lugar nenhum. O menino ficou famoso nacional e mundialmente, apesar da dificuldade de comunicação na época. O tempo passou, e ele tornou-se um homem. Depois, tornou-se um senhor. E houve um dia em que seus olhos se fecharam para sempre, mas, sabe? Diz-se que, naquela província, que hoje é uma enorme metrópole, apesar de toda a iluminação ofuscando o brilho das estrelas, duas delas nunca desaparecem, e têm um misterioso, belo e único brilho azulado.
O professor convidou o aluno para um jogo ao ar livre à noite, e lá, apostaram que ele pegaria o professor sem uma lanterna, na total escuridão; não houve problemas para que a criança ganhasse a aposta. Quando foi a vez do professor e ele apontou a lanterna para os olhos do menino, eles se acenderam como dois faróis brilhantes. Como olhos de gato, como estrelas.
Houve investigações profundas em relação ao assunto, nunca chegando a lugar nenhum. O menino ficou famoso nacional e mundialmente, apesar da dificuldade de comunicação na época. O tempo passou, e ele tornou-se um homem. Depois, tornou-se um senhor. E houve um dia em que seus olhos se fecharam para sempre, mas, sabe? Diz-se que, naquela província, que hoje é uma enorme metrópole, apesar de toda a iluminação ofuscando o brilho das estrelas, duas delas nunca desaparecem, e têm um misterioso, belo e único brilho azulado.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
domingo, 22 de janeiro de 2012
sábado, 21 de janeiro de 2012
Desafio dos 50 dias
Dia 4: Uma foto que represente seu maior defeito
Insegurança em relação a tudo. Inclusive em relação à escolha do meu maior defeito.
Insegurança em relação a tudo. Inclusive em relação à escolha do meu maior defeito.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Um Vôo Para Chamar de Meu
Por algum tempo, houve o barulho do vento forte nas minhas orelhas e a adrenalina de estar em queda livre a onze mil pés de altitude. Não houve medo, eu já havia feito isso uma vez. Houve apenas a êxtase. É a melhor sensação que eu já conheci - aliás, passaria o resto da vida em queda livre, tranquilamente.
E houve a melhor parte do trajeto avião - solo: a parte em que a queda livre acaba e você, bruscamente, para de cair e se encontra seguro pelo pára-quedas. Só aí você percebe o quanto a adrenalina foi grande e gargalha incontrolavelmente. E rodopia no ar. A paz é enorme, incomparavelmente enorme. E todo o resto do mundo que você conhece está longe, porque você está no céu, e nada pode te atingir.
Eu não fazia idéia da distância do chão a que nós estávamos, mas não conseguia ver nem os carros passando nas ruas. Via o lago, que, do alto, era verde-esmeralda, e a enorme fazenda, que parecia um cenário de filme. Aos poucos, comecei a ver os pontinhos se movimentando: pessoas e carros. Vi a grama, o vento esquentou, recebi um sinal para levantar as pernas, outro para pisar no chão, e o vôo acabou. Tudo isso em 5 minutos.
Acho que todo ser humano já quis voar. Acho, também, que o maior erro de design dos humanos é não ter asas. E outra coisa que acho é que voar é muito bom. Aliás, afirmo: voar é maravilhoso.
E houve a melhor parte do trajeto avião - solo: a parte em que a queda livre acaba e você, bruscamente, para de cair e se encontra seguro pelo pára-quedas. Só aí você percebe o quanto a adrenalina foi grande e gargalha incontrolavelmente. E rodopia no ar. A paz é enorme, incomparavelmente enorme. E todo o resto do mundo que você conhece está longe, porque você está no céu, e nada pode te atingir.
Eu não fazia idéia da distância do chão a que nós estávamos, mas não conseguia ver nem os carros passando nas ruas. Via o lago, que, do alto, era verde-esmeralda, e a enorme fazenda, que parecia um cenário de filme. Aos poucos, comecei a ver os pontinhos se movimentando: pessoas e carros. Vi a grama, o vento esquentou, recebi um sinal para levantar as pernas, outro para pisar no chão, e o vôo acabou. Tudo isso em 5 minutos.
Acho que todo ser humano já quis voar. Acho, também, que o maior erro de design dos humanos é não ter asas. E outra coisa que acho é que voar é muito bom. Aliás, afirmo: voar é maravilhoso.
Desafio dos 50 Dias
Dia 3: Uma foto da sua cantora/cantor preferido
Esse nem precisava de foto, né? Vocês sabem da minha admiração quase obsessiva pelo Dinho Ouro Preto.
Esse nem precisava de foto, né? Vocês sabem da minha admiração quase obsessiva pelo Dinho Ouro Preto.
Assinar:
Postagens (Atom)