Matias passara anos amando Clara em silêncio, mas naquele dia acordou respirando coragem.
- O que você quer para ficar comigo?
- Uma caravela - ela respondeu com toda a sinceridade.
Os dois tinham apenas treze anos. Matias não presenteou Clara devidamente bem, então nenhum romance aconteceu.
Matias foi ser piloto. Clara fez direito, No primeiro ano da faculdade, ele ainda não a havia esquecido. Contou a história ao melhor amigo, Leopoldo.
- Cara, você tem que ir atrás dela!
- Você acha que ela já não tem alguém?
- Tenta, cara. Tenta. Não vai se arrepender.
No dia seguinte, lá estava ele em um avião indo vê-la.
Não sabia nem onde ela morava; telefonou para um número antigo que tinha. Ela atendeu. Estava em audiência e o encontraria no Starbucks do shopping Leblon em quarenta minutos. Ele foi imediatamente; ela foi pontual. Sentou-se ao seu lado com um frappuccino de caramelo. Matias pediu para levá-la em casa. Pegaram um táxi até a rua Djalma Ulrich, onde ela morava. Clara se arriscou:
- Você quer entrar?
Não seria prudente contar o que aconteceu depois - basta dizer que as coisas deram certo para o casal.
Dois anos depois, os formandos estavam se casando, à beira-mar. Era de manhã. Beijaram-se.
- Eu tenho um presente para você - disse Matias. Ele guardara o melhor para o final.
Depois, o sol mal acabou de nascer, o homem e a mulher foram pintar na proa do barco, de um lado e do outro, em letras brancas, o nome que faltava dar à caravela. pela hora do meio dia, com a maré, A Ilha Desconhecida fez-se ao mar à procura de si mesmo.
Produzido em 12/05/11 sob a orientação da professora Tina Fraulob. O último parágrafo, em itálico, é um fragmento do conto A Ilha Desconhecida, de José Saramago.
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