Underwater foi a primeira história que eu escrevi. Esse é o texto da minha prova bimestral de redação, que leva o mesmo título, traduzido. É só uma pequena parte da história e está resumida e um pouco mudada pra atender às exigências da proposta.
Meu nome é Marinne Harrinton. Morava na Flórida com minha mãe e meu padrasto, jogador de beisebol , milionário que sempre me odiara. Quando comecei a confrontá-lo, minha mãe me mandou para morar com o irmão dela em uma província na Califórnia, cuja população era onze vezes menor que o número de turistas que a Disney recebe por mês.
Eu era conhecida por ser fissurada por água e por sempre querer contato com ela. Meu tio Alan, com quem eu morava, havia sofrido um acidente e estava em coma, me deixando sozinha. Eu me culpei por isso e estava em depressão. Fui até a farmácia depois de jantar, comprar um picolé, mas acabei perdendo a noção do tempo e vagando pela rua sem vontade de nada.
Meia noite. Cansada e com sono, eu ivnha caminhando pela rua deserta quando, de repente, ouvi umas pisadinhas leves atrás de mim. Senti frio no estômago.
- Marinne - a voz me chamava.
Meu coração acelerou e eu fui inundada pela adrenalina que me fez correr. Mas fui alcançada. Alguém com o corpo quente pulou sobre mim e me abraçou ferozmente, apesar da minha insistência.
- Marinne, amanhã Leonard Lucca e seus amigos vão à praia jogar vôlei e te chamaram, lembra? Você se lembra? Responda! - Ele me chacoalhou.
- Sim - respondi baixinho, gaguejando e quase sem ar.
- Compareça. A vida de Alan depende disso.
Ele me soltou e desapareceu.
Eu amava Leonard e iria a qualquer lugar com ele. O amava desde o primeiro dia em que nos vimos e sabia que ele sentia o mesmo, mas éramos ambos tímidos demais para admitir.
Choveu a noite toda, mas no dia seguinte o sol e o céu azul me convidaram a jogar. Eu estava deitada quando o telefone tocou. Era Leonard.
- Nim - ele me chamava pelo apelido - você vai à praia?
- Vou - respondi.
- Vou buscar você. Meia hora?
- Claro.
- Nos vemos lá.
Eu fui me arrumar. Vesti um biquíni vermelho e uma canga azul que realçava meus olhos. Naquele dia a depressão esmagava violentamente todos os meus outros sentimentos.
Leonard me levou até a praia, tentando, sem sucesso, me animar.
O vôlei teria sido maravilhoso se eu não estivesse deprimida. Os gritos das pessoas me lembraram do acidente que eu e meu pai havíamos sofrido havia 3 anos e que o havia matado, e o sol fazia minhas cicatrizes arderem. No fim, estava tão perturbada que tomei uma decisão que mudou tudo.
Ia me suicidar.
A adrenalina tomou conta de mim de novo, e, após me despedir de todos, eu corri. Pulei com toda a força do despenhadeiro de 800 metros sobre o qual a cidade crescera. Ouvi gritos.
Atingi a água com força. Se meu corpo não estivesse reto e retesado, eu teria morrido na queda. Meu nariz se encheu de sal e meus pulmões imploravam por ae. Aos poucos, afundei e fiquei com sono.
Quando estava prestes a desmaiar, uma luz grudou em mim. E outra. E mais uma. De repente, eu estava coberta de luz, girando e descendo, num rodamoinho. Perdi a consciência.
Quando acordei estava deitada e vi Leonard Lucca ao meu lado, sem camisa, gritando loucamente em uma língua estranha, que, para minha surpresa, eu entendia. Tentei gritar, mas não houve som - apenas bolhas de um ar que eu não sabia que tinha.
Bolhas?
Algas. Peixes. Bolhas. Eu estava no fundo do mar. Sentei-me repentinamente e senti dificuldade em mexer as pernas. Leonard parou e me olhou. Um olhar piedoso, talvez até... Apaixonado. Me perdi um pouco, mas olhei para suas pernas e vi uma cauda. De peixe. Uma cauda enorme e cheia de escamas. E o homem ao seu lado tinha as mesmas características. E eu tinha também uma enorme cauda, reluzente e comprida como a de Leonard. Arfei e entendi.
Eu era uma sereia.
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