segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Música

Quando era criancinha, eu ganhei um MP3 daqueles ovais, vermelhos, assim. Coloquei nele a música que meu pai cantava pra me fazer dormir, a preferida da vovó e uma que fazia minha mãe chorar. Um dia, sentei na frente do computador e descobri que existiam muitas músicas no mundo. Intermináveis. A comparação que eu fazia era que o mundo da música era tão enorme quanto o mundo em que eu vivia, talvez até maior, porque ele estava em constante expansão. Eu incorporava uma música por dia ao meu repertório, sempre de um artista diferente. Cresci e ganhei MP4, MP5, iPod. E a música me ensinou métrica, idiomas novos, rimas e uma infinidade de outras coisas. O melhor que aprendi foi a jogar tudo o que se passava na minha cabeça em um papel e botar uma melodia bonita - o que acontecia era que as pessoas amavam escutar meus problemas e dúvidas. Fiz amigos, com a música. Amigos que tinham os mesmos problemas e dúvidas que eu. Arranjei namorada cantando. Quando casei, entreguei à minha noiva a lista de músicas pronta, todas especiais. Diferentes. Devo tudo a ela, à música. A palavra, em si, e o seu significado. Ah, a música. Ela é tão sonora.

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