São 3956 metros quadrados, construídos pelos incas em 1560, em ouro, prata e bronze. As cadeiras do Coral que canta em quíchua, dialeto peruano, vieram da França, feitas em mármore e veludo. A maior parte do material para esculpir e pintar os magníficos quadros tridimensionais veio da Europa. Os padres mais importantes têm seus ossos guardados em uma câmara no interior da Catedral de Cusco, a igreja mais bonita a que já fui. Precisei me levantar antes das cinco da manhã e aguentar o vento frio, mas não houve nenhum lugar que sobrasse. Até cachorros e galinhas (!) compareceram à missa naquela manhã na capital peruana. Eu não entendi uma palavra do que foi dito, mas era simplesmente arrepiante. Fotos não são permitidas, então tenho apenas a lembrança.
Mas há uma coisa, em especial, que chama a atenção de todos. Uma pessoa, na verdade. Uma santa, em um quadro. Ela é rodeada por ouro e seus olhos acompanham movimento. Eles são tridimensionais. Nunca vou conseguir descrever a experiência de andar ao redor dela, olhando em seus olhos, e ter meu olhar sustentado. Não fui para rezar, sabe? Fui para sentir. Não precisei acreditar nem desacreditar em nenhum tipo de divindade, nem nada, mas acho que deixei parte de mim naquela igreja. Tomara que algum dia possa voltar lá para fazer tudo de novo.
Foi aqui, sentada nesses bancos.
(Essa é ela, e, sim, isso é ouro puro, entalhado à mão.)
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