Não parecia haver qualquer conexão entre Luísa e Mariana, a segunda vítima. Não moravam no mesmo bairro, não estudavam na mesma escola, não tinham amigos em comum, não frequentavam os mesmos lugares.. Nada. Mas ninguém faz nada aleatoriamente, pensava Carolina.
Não houve mais bilhetes, nem houve mais vítimas.
O delegado geral, chefe dos detetives, Eduardo Mendonça, entrou, batendo as portas.
- Teles, Fontes, venham até a minha sala.
A porta se fechou sozinha depois que os dois entraram.
- Há alguma relação entre os casos Sete? - ele falou, referindo-se a Luísa, Mariana e ao assassino.
- Até agora, não descobrimos nada, mas estamos procurando - Serafim respondeu prontamente.
- O caso será arquivado. Já faz seis semanas e temos outros casos para investigar.
- Mas o que diremos às famílias?
- Isso não é meu trabalho, é, Teles?
E ele saiu da sala e bateu a porta de novo. Carolina estava com uma cara horrível, como se, a qualquer momento, fosse sair atrás dele e lhe passar um sermão.
O dia seguinte era um sábado, que passou vazio, assim como o domingo, já que o caso Sete estava arquivado. A segunda-feira foi um dia chuvoso daqueles em que a cama parece bem mais aconchegante do que habitualmente. Carolina levantou, relutante, tomou banho, se vestiu e pegou uma maçã. Quando abriu a porta, um bilhete caiu aos seus pés.
"Sete"
Ela decidira ser detetive por causa de horas como aquela, em que a adrenalina percorria seu corpo. Encontrou Serafim no escritório e eles se sentaram para analisar o papel.
Havia uma digital. O banco de dados a associou a um presidiário, Marcos Gomes. Ele fora declarado morto havia dois dias.
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