"...A coisa mais horrível que eu já vi aconteceu dentro da minha própria casa. A gente gosta de brincar de passar o dedo de leve no fogo e tal, mas mal percebe como ele pode ser perigoso. Enfim, foi no tempo em que os botijões de gás ficavam do lado do fogão, com aquelas mangueirinhas. Só a transparente era certificada pelo Inmetro, e a lá de casa era azul. A mamãe tava fazendo feijoada. Minha vó tava do lado. Ah, minha vó tinha uma mão de fada pra cozinha, tudo que ela botava a mão ficava bom. Aquela feijoada ia ficar ótima. Quando a gente morava no Rio tinha aquelas feijoadas com o porco defumado.. Sim, aí ela não tinha percebido que a nossa mangueirinha azul tava com um furo - na verdade, um buraco. O fogo não acendia. Ela teve a "brilhante" idéia de acender um fósforo. Sem brincadeira, eu vi uma bola azul enorme se formar e jogar minha mãe a minha vó pra fora da cozinha. Nunca gritei tanto. E olha que a casa era grande. Mamãe só não ficou cega porque ela botou o braço na frente do rosto. Foi horrível! Lá se foram, as duas, pro HGR. Era só o que tinha aqui, naquela época. A minha mãe contou isso pra vocês na sala de aula, Bianca? Lavavam ela e a vovó com escovinha todos os dias. Era horrível. Mas ela não tem uma cicatriz, sequer. A vovó também não tinha. Não passa o dedo no fogo, não, filha."
História real.
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