segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Depois da chuva
O céu se abriu num estio da chuva que caíra a madrugada inteira e deixara a cidade toda molhada. Peguei a mão de Fábio e saímos correndo pelas poças - amávamos o cheiro de grama molhada. Acabara de amanhecer e o sol ainda estava alaranjado, relutante, saindo detrás das nuvens vagarosamente. Aposto como as pessoas dentro dos carros não entendiam o que eu e meu irmão estávamos fazendo. Elas estavam ocupadas demais com suas vidas caóticas, falando nos celulares, buzinando, indo em direção ao trabalho, se desentendendo no meio das ruas e cheias de stress por causa da correria diária. Eu ria de ter um momento de correria calma com meu irmão. Tinha tanta gente apressada e que há tanto tempo não sabia o que era aproveitar as coisas simples da vida, que me senti muito mais do que privilegiada. Às vezes, é bom sair por aí, sem destino, molhando os pés e achando graça no ato de estar vivo. É bom sempre se lembrar que, depois da chuva, vem o sol.
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