segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Lembrança

- Nossa, Clara, você não vai acreditar!
- Bom dia, amiga. Conta. O que aconteceu?
- Fomos ao shopping, sábado. Foi aniversário dele. Sentamos um ao lado do outro, eu tava nervosa, inquieta, sem jeito. Sempre fico assim perto dele. Daí ele pegou minha mão e me deu um beijo todo confiante! Eu disse no ouvido dele que isso ajudava um pouco, e ele sorriu. Passamos a noite conversando e ele me abraçou muito. Fazia tanto tempo que eu não sentia aquele frio na barriga! Bom dia, Letícia. Senta aí. Tava dizendo que fui ao shopping, no sábado...
- A professora chegou.
- Eu falo por bilhetinho.
- Tá.
- "Então, daí a gente tava se beijando e tocou aquela música super brega: 'nem o perfume de todas as rosas é igual à doce presença do teu amor...' e ele e eu começamos a cantar junto, foi muito lindo! P.S.: Clara, conta pra Letícia o que eu tinha te contado antes, por favor. "
- "Amiga, que partidão, hein?"
Contei detalhes de uma noite inimaginavelmente maravilhosa, encantadora, mágica e que vai entrar pra história das noites mais loucas e inesquecíveis da minha vida pras minhas amigas, e elas me dizem que o cara é um partidão. Se ele não o fosse, eu não estaria com ele. Elas não entendem porque não estavam lá. Só eu vou lembrar pra sempre de todos os detalhes com uma clareza enorme. Nem me importava se elas tavam prestando atenção ou não, eu só queria falar dele. Escrever o nome dele no meu caderno e encher de coraçõezinhos em volta, como se eu tivesse 12 anos. Repetir mil vezes o que aconteceu e ficar estremecendo quando lembro. Só queria fazer isso e não tava nem aí se o mundo tava prestando atenção ou não. Só queria me manter o mais agarrada possível à lembrança.

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