Era uma vez uma senhora de 37 anos, divorciada, com uma filha, advogada e psicóloga formada, e que entendia a vida como ninguém. Ela morava em São Paulo.
Um dia, a senhora foi em um restaurante conceituado chamado Lellis. Ela comeu um bife à milanesa, e, nesse lugar, por causa das enormes porções, é um costume levar o resto da comida para viagem. Assim a senhora fez.
Dois dias depois, ela abriu a geladeira e viu o mesmo bife. Embalou-o num saco plástico e saiu de casa, indo a caminho do metrô. Carregava o bife na mão. Na calçada, ela passou por um humilde senhor que varria todos os dias, com uma surrada vassoura, o lugar que chamava de cama - uma folha de papelão.
A senhora se aproximou, estendeu a mão com a embalagem disse ao senhor que tinha um bife com torradas e batatas. Perguntou se ele queria.
O humilde senhor sorriu, com os olhos brilhando e o coração acelerado, as mãos trêmulas estendidas para o que, naquela noite gelada na grande cidade, chamaria de banquete.
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