domingo, 28 de agosto de 2011

Espiritualidade

Eu estava assistindo um programa sobre fantasmas. A equipe estava no Orleans Inn, um hotel muito conhecido porser assombrado. Havia duas mulheres e uma lanterna muito sensível ao toque, e elas estavam procurando por uma entidade chamada Hannah. Expicaram a Hannah a brincadeira, dizendo que iam fazer perguntas e pedindo-lhe que acendesse a lanterna caso a resposta fosse sim.
As investigadoras chamaram-na pelo nome e a lanterna acendeu. Depois de algumas piscadas, elas descobriram que se tratava de uma prostituta que havia sido assassinada por um de seus clientes. Então, elas foram embora.
Para mim, o programa perdeu a graça naquela hora. Como elas puderam conversar com um fantasma e não lhe fazer mil perguntas?
Comigo, seria bem diferente. "Você sente amor, toques, dor, calor, frio, cheiros? Você dorme? Você encontrou na sua pós-vida alguém que tenha conhecido antes de morrer e que desencarnaram antes de você? Existe mesmo um Deus?
Sempre tive medo de fantasmas, mas sempre os achei fascinantes. Se eu estivesse lá naquela noite, na situação das investigadoras - Amy Bruni e Kris Williams, de Ghost Hunters -, teria passado a noite inteira conversando com Hannah. Gravaria tudo. Faria um filme, escreveria um livro, publicaria artigos.
Minha bisavó - que Deus a tenha - perdeu a filha num acidente, trinta anos antes de eu nascer, e sempre me dizia que, quando ela era viva, as duas fizeram um acordo: a que morresse primeiro viria avisar a outra caso houvesse algo depois da morte. Ela me contava, com cem por cento de certeza, que a filha voltara.
Eu nunca acreditei muito na minha bisavó enquanto ela era viva, mas, depois que ela morreu, em algumas noites em que eu sentia sua falta como se houvessem arrancado um pedaço de mim, eu acreditei. Porque eu conversava com ela. Não quero parecer louca, mas, quando fazia isso, a paz de espírito que me inundava era tal que fazia todo o medo passar. E eu entrava em um estado de quase-transe. Nunca havia acreditado nisso antes, mas agora acredito. Que ela voltou para me avisar que existe, sim, uma pós-vida. Acredito que, assim como Hannah, minha alma continuará viva após a morte física. E que, finalmente, vou conhecer minha avó paterna, rever minha bisavó, dar-lhe o tão sonhado último abraço e viver uma pós-vida feliz.
Fantasmas sempre me fazem pensar em espiritualidade. E, depois dessa noite, eu deixo nesse blog um tópico a mais na minha lista de coisas a fazer antes de morrer: ir ao Orleans Inn e conversar com Hannah. E então eu volto para contar a vocês um pouco mais sobre minhas noções de espiritualidade.

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