sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Sábado

Era sábado.
Ela acordou cedo para pegar o ônibus - morava no interior e estava indo para a cidade, passar o dia.
Encontrou um amigo. Até aquele momento, só o conhecera pela internet. Ele lhe deu um suave beijo na bochecha, que, de branca, ficou rosada.
Andaram juntos, conversando, até um pequeno shopping em um bairro tranquilo.
Sentaram-se na praça de alimentação, ela com uma bandeja de sushi e um cupcake, e ele com um sorriso de orelha a orelha e olhar atento.
Conversaram sobre tudo. Ela estava distraída, mas atenta a ele. Saboreava cada palavra dele muito mais do que o sushi. E aqueles sorrisos... Sua mente havia se desligado do resto do universo, e, naquele momento, só existia aquela mesa onde os dois estavam.
Quando ela falava, ele analisava seus traços como quem analisa uma obra-prima. Estava com o coração acelerado e sua boca havia impresso um sorrisinho de canto de lábio que dizia "estou fascinado por você".
Quase se podia ver a faísca de interesse entre os olhares deles. Por que aquele sábado - só aquele - não podia durar para sempre?
Foi a primeira vez que ela, que falava cinco ou seis línguas, não encontrou nenhuma palavra para descrever o que sentia.
Mesmo não durando pra sempre, aquele sábado seria eterno.

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