domingo, 18 de setembro de 2011

Magia

O aniversário de 15 anos da minha filha foi a coisa mais linda que se pode imaginar. Eu insisti para que ela viajasse, mas ela preferiu fazer uma festa. Convidou catorze amigas e organizou uma valsa. Quis descer das escadas de aço e quis que eu trocasse suas sapatilhas brancas por sapatos de salto prateados. Eu conhecia o procedimento, na teoria, mas nunca tinha tido uma filha que fizesse uma festa de 15 anos como a dela. Como se tivesse outras filhas além dela.
Todas as luzes se apagaram e tudo ficou invisível. Um holofote de luz branca se acendeu e lá estava ela, como uma princesa, sorrindo, parada antes de descer as escadas. Desceu-as devagar, como quem brinca, aproveitando para ser criança. Quando seus pés tocaram o chão, já era uma mulher.
Seu olhar me atingiu. Olhos marcados por muita maquiagem, castanho-avermelhados fortíssimos e transbordando personalidade. Ela se aproximou. Todos esperavam que se sentasse, mas, antes, se inclinou e me deu um beijo no rosto.
Depois dizem que gente grande não sabe mais o que é magia.

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